jueves, 1 de febrero de 2024

NAVEGANDO POR INTERNET A BORDO DE UM BLOG

 




                                         Claude Monet




Hoje vou escrever em portugués e em primeira pessoa, como no início desta andadura há14 anos. Quando decidi passar ao castelhano, idioma em que falo e penso há mais de meia vida, contava já com um punhado de leitores que me dava pena perder. Por isso mantive o mesmo título, mas traduzido também ao espanhol: ficou bastante comprido, talvez não foi a melhor ideia... 
Como analfabeta tecnológica que sou, não deixa de assombrar-me que seja possível a um humilde blog como o meu, sem pretensão alguma, flutuar neste mar imenso que é Internet e chegar até países tão variados e distantes: é como lanzar mensagens dentro de garrafas e que sempre haja alguém que as recolha, não sei nem como, nem até quando, nem até onde... 
Há mais de 600 milhões de blogues nas suas diferentes modalidades e os seus leitores superam ao dia de hoje, a 3ª parte da povoação mundial; tudo tão impressionante e de tal calado como que individualmente não somos absolutamente nada ante a complexidade de qualquer matéria, tecnológica, filosófica, metafísica ou da índole que seja. Mas o certo é que para cada pessoa o seu blog é um espaço que estima, uma forma de auto afirmar-se, um lugar acolhedor onde definirse, remontar frustrações e incertezas, aliviar medos ou desamparos: cada qual vive no seu pequeníssimo mundo, que é como uma borbulha que começa e acaba em si mesma. 
A mim só me motiva falar naquilo em que creio, evito meter-me em charcos onde me sinta incómoda por falta de bases sólidas ou porque hay temas que só me inspiram tédio, impotencia, raiva e desencanto — como a política, as guerras e todas as injustiças e misérias que me superam e afligem. A realidade é cada vez mais inquietante, há problemas novos de suma gravidade, retos difíceis que terão de ser enfrentados pelas nossas melhores cabeças, não pelas mais ambiciosas. 
Entretanto nego-me a acreditar que tudo aquilo de que gosto e aceito está correcto e que tudo o mais está errado. Devemos tentar ser humildes, lúcidos, breves e concisos, respeituosos, cuidar a prosa, evitar obviedades, narcisismos, erudições e sabedorias baratas. E não repetir-se demasiado! 
Sou inconformista, mas dentro dum certo sossego e esperança, com a curiosidade e o desejo de aprender sempre disponíveis: Me, Myself and I...
Diz Einstein que "quanto menor é o conhecimento, maior é o ego". E ao contrário.