jueves, 19 de abril de 2012

NOS QUEDA LA PALABRA







Platón y Aristóteles, fragmento del fresco de Rafael La Escuela de Atenas



  Si he perdido la vida, el tiempo, todo
  lo que tiré como un anillo al agua,
  si he perdido la voz en la maleza, 
  me queda la palabra.
 
  Si he sufrido la sed, el hambre, todo
  lo que era mío y resultó ser nada,
  si he segado las sombras en silencio,
  me queda la palabra.
                         Blas de Otero

Dicen que la palabra nos define, nos retrata, nos identifica, que en la buena comunicación ganamos equilibrio, adoptamos la madurez como forma de vida y bienestar, evitamos el estrés de imponernos metas demasiado peregrinas y ambiciosas.
Dicen que las personas que hablan muy poco suelen ser más violentas, como si hablar fuese una válvula de escape de nuestras contradicciones,  miedos, soledades y de todo.
Pero también se comenta que sin embargo no hay palabras inocentes, como no hay gestos inocentes, ni decisiones inocentes, ni silencios inocentes, dicen.
Dicen que cuando conversamos con alguien estamos queriendo ir a alguna parte con esa persona, aunque sea a un lugar que a lo mejor no existe, pero que en ese momento nos importa.
Para Mario Benedetti la palabra "besa y muerde", y para Rilke las cosas existieron antes de ser nombradas, por lo que la palabra tiene una cierta capacidad creadora y hay que evitar que lo que se percibe desnudo en el alma "sea falsificado por una retórica inadecuada".
Para Séneca el lenguaje de verdad debe ser simple y sin artificios, y para Foucault sin él no puede existir el pensamiento.
El gran poeta argentino Roberto Juarroz pregunta "cómo poner una palabra en el paisaje/ sin que el silencio se asuste":       
           No se trata de hablar,
           ni tampoco de callar:
           se trata de abrir algo
           entre la palabra y el silencio.

El lenguaje apareció en los humanos de forma natural, con una modificación en la laringe necesaria para la fonación por la que pagamos el riesgo de atragantarnos comiendo, a cambio de poder argumentar, aprender, razonar, convencer, imponer, triunfar, ofender, engañar, crecer o envilecernos, ser más felices o más desgraciados.
Los que son capaces de hacer poesía con las palabras es como si tuviesen alas y de vez en cuando pudiesen volar más alto que el viento.
La palabra nos esclaviza o nos libera, nos enreda como una telaraña gigante o al revés nos salva del desconsuelo, todo y todo no nos empuja hacia un lado u otro del destino.
Palabras que acarician, que consuelan y palabras que hieren o humillan, palabras sinceras o mentirosas, words, words, words...
Cuando se ha vivido mucho y todas las cosas se nos van escapando como el agua entre los dedos, cuando ya no vaya quedando tiempo ni fuerzas, ni sueños, ni ganas, ¡que siempre nos quede la palabra!



11 comentarios:

  1. E se não tivermos mais as palavras,
    que nossas ações ganhem folêgo,

    pois uma sem a outra é vã.

    bjs nossos, gostei particularmente dessa matéria.

    bjs meus

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    1. As palavras sem as acções servem de pouco, ou de muito, tudo depende de quando e como. Quando digo "palavra", não excluio os mudos, refiro-me à comunicação, ao que se transmite a outros, que às vezes é mais importante que o que se lhes dá.
      Pode-se dar uma esmola, e humilhar, pode-se dar uma palavra e redimir: por aí vão os tiros, vocês entendem-me bem....
      Mil beijinhos ( uma forma de dizer outra coisa, porque para que querem vocês tantos beijos meus!?)

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    2. Queremos para guardá-los na caixinha dos desejos, na falta de amigos, teremos sempre o seu carinho, digo, os mil beijinhos.

      bjs nossos

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  2. Me quedo con: " Cuando conversamos con alguien estamos queriendo ir a alguna parte con esa persona, aunque sea a un lugar que a lo mejor no existe, pero que en ese momento nos importa"

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  3. Este teu texto trouxe-me uma lembrança triste, a vontade do meu pai de falar, depois de sofrer um AVC e não conseguir. Não voltou a falar.
    Poder falar, poder expressar o que sentimos através das palavras é uma riqueza inestimável.
    São dois medos que às vezes me atormentam: perder a capacidade de falar e perder a visão.

    Bem, hoje parece que estou negativa, mas não estou. São só lembranças.
    Logo vou ver o filme da "Florbela" (Espanca). Depois coloco num post.

    Beijinhos médios (ah! ah! ah! brincadeirinha!)

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  4. Querida Isabel, uma pessoa pode continuar a comunicar-se sem palavras e também sem os olhos, felizmente. Penso que chamamos Palavra a isso tudo, a dizer muitas coisas mas também a não dizer nada e no entanto continuar a entender-se, em casos extremos como o do teu avô.
    Às vezes digo disparates, como o dos beijinhos, porque tenho medo de gastar as palavras, é uma estupidez minha,( menos mal que tu és uma santa).

    Beijinhos grandes, médios e pequenos, porque tu mereces todos os tamanhos...

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    1. Eu sei que palavra é mais abrangente, é comunicação. E comunicação é algo que se consegue fazer sem palavras ditas. Mas de qualquer maneira, de forma talvez egoísta, a mim aflige-me (estúpidamente, eu sei) perder estas duas capacidades, estes dois sentidos, talvez até mais pelo medo de deixar de apreender o mundo, que para comunicar. São alguns dos meus medos. Não tenho muitos mais. Perder os que se amam é outro medo inevitável...
      Enfim...
      Tu nuncas dizes disparates.Eu acho que as palavras não se gastam se forem ditas com sentimento.

      Beijinhos, beijinhos, beijinhos!

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  5. La palabra, esa maravilla que nos hizo hombres, esa arma de dos hilos, que perdura mientras nosotros nacemos y morimos, que nos sobrevive y nos hace grandes.
    Un temazo, María, un abrazo con el cariño siempre renovado, Manuel

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  6. As palavras tens razão "são tudo" ou tudo são as palavras, já nos entendemos sobre isto... A "palavra" é falar e falar é o tal comunicar e esse é que é difícil! Falar por falar só me faz lembrar aquela canção da Dalida em que se ouve o Alain Delon a "bla-blar" e ela canta"parole, parole, parole"...
    Falar é dizer e "dizer" é para o bem ou para o mal, não é?
    Como diz o poeta Eugénio de Andrade de quem gostas tanto: "são como um cristal as palavras", etc etc. Nunca mais acaba de dizer verdades ele...
    Lindos versos de Otero e do poeta sul-americano!
    E a fotografia do nosso amigo! Se não fosse ele a falar assim, não tínhamos visto o Obama Presidente dos USA!
    Nos quedará la palabra! Siempre!
    Beijinhos médio-grandes hoje...
    Adoro esse Rafael!!!!!!!!

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  7. ¡¡¡¡Maravilloso pensamiento!!!!, ¡oh, la palabra!, bien utilizada un arte, mal utilizada un desatino. Deberiamos hacer una tertulia para hablar de este tema tan interesante. Besos María. Carmen Garrife.

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  8. Cada persona usa ese arte y ese desatino, porque todos acertamos algunas veces y nos equivocamos muchas otras. Es un arma de dos hilos, como dice Manuel,¡pero que bueno disponer de ella!
    Gracias a que la tenemos, nosotras haremos tertulias con un arte que no se pueda aguantá...
    Un beso

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