miércoles, 21 de agosto de 2013

PASA LA VIDA






obra de Andrea Gram


Son las cinco de la tarde, pero con treinta y muchos grados afuera, no queda más remedio que esperar en algún lugar de la casa que cambie el viento para poder salir a respirar aire fresco...
Llevo días sin encender el ordenador por falta de ganas de encenderlo, así que voy aprovechar la calorina para ver si consigo decir algo que me refresque por dentro: como bien dijo Ortega y Gasset "yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella no me salvo yo"...
Me gusta el pensamiento de este filósofo que he releído estos días de calor tan asfixiante, y si, aprendemos a ser realistas en cuanto a expectativas al darnos cuenta, por lo general bastante tarde, de que la vida es más llevadera y amable si la aceptamos tal como viene, manteniendo la ilusión. No podemos evitar que el mundo de bandazos, a veces terribles, pero se soportan mejor las sombras si se mira siempre hacia la luz.
Muchas veces los golpes más duros nos vienen de dentro, nos ahoga el miedo a lo que está por llegar o los recuerdos trasnochados y no resueltos de lo que ya no importa; pasamos más tiempo preocupados con lo que pasó o lo que puede pasar que con lo que verdaderamente está pasando.
Afirma José Antonio Marina que hay que actuar sobre nuestra escala de valores antes que sobre nuestro problemas reales, porque en nuestra sociedad tan "trivializada" ha aumentado el sufrimiento trivializado — el pedir demasiado a la vida, los "pseudo valores" causan unos pseudo problemas tan difíciles de lidiar o más (!) que los problemas de peso. Y lo mismo acontece, dice, con las "pseudo felicidades inducidas por satisfacciones triviales" (sic), hechas de alienación y mentira, y que pueden llegar a no producir más que tedio.
Escribió Stendhal en su diario que el único secreto es "ser tranquilamente, obstinadamente, uno mismo".


  Um vestido de chita bem lavado,
   cheirando a alfazema e a tomilho.
      Com o luar matar a sede ao gado,   
              dar às pombas o sol num grão de milho...

Florbela Espanca


óleo de Paola Modersohn Becquer

5 comentarios:

  1. Realmente está um calor que não nos deixa pensar, mas ainda bem que vieste até aqui e escreveste este texto. Gostei de ler. "Enfrentar o quotidiano com determinação e seguir sempre em frente" é o melhor a fazer! O melhor e o pior sempre acabam por passar e os dias continuam a fazer sentido.

    É bom ver-te de volta, depois de dias desaparecida!
    Um beijinho grande :)

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  2. OLá Maria!
    Já tinha saudades de te ouvir!
    Já não me lembrava desta frase do Gasset: "yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella no me salvo yo".E estou perfeitamente de acordo: vamos salvar em qualquer circunstância a nossa circunstância, é isso que temos para nos sentirmos salvos ou, pelo menos, em melhor estado...
    Claro que muito do nosso mal é a apreensão do que passou, vai passar ou não vai. Dá-nos cabo de muitas horas. Depois, tudo acontece como acontece. Podemos evitá-lo? nem sempre, claro, mas a preocupação dentro de nós vai-nos destruindo a paz -se o deixarmos. Tento corrigir esse meu defeito, temos que ajudar a vida a ser melhor!
    Mil beijinhos e fiquei contente de te ler: sempre tu!

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  3. Não disse que gostei imenso das ilustrações, mas gostei!
    A menina é um amor e os "amigos" são fantásticos, bons para todas as circunst^ncias!
    beijinhos

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  4. Um vestido de chita bem lavado,
    cheirando a alfazema e a tomilho.
    Com o luar matar a sede ao gado,
    dar às pombas o sol num grão de milho...

    Florbela Espanca

    Como essa mulher dava conta de ser profunda e simples, clara e verdadeiramente parecida com tantas mulheres diferentes?

    bjs muitos.
    (não consegui achar seu e-mail, me manda um oi - hpdmayle@gmail.com)

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  5. Morrer é ridículo. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta ideia: morrer. A troco? Você passou mais de dez anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.

    A morte é uma piada
    (Martha Medeiros)

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