miércoles, 4 de agosto de 2010

A FORÇA INTERIOR






O filme a que pertence esta imagem intitula-se "O Milagre de Ana Sullivan" , e é duma beleza que chega muito dentro, eu vi-o há muitíssimos anos e nunca o pude esquecer, é desses que nos deixam uma marca para sempre, pelo que nos emocionam e pelo que nos ensinam.
Trata-se da história real da americana Helen Keller :  vivia num mundo de silêncio, escuridão e raiva, até que, aos seis anos de idade, chega à sua vida outra grande mulher, Ana Sullivan, que conseguirá rescatá-la desse horror.
Com o tempo Helen acabará convertendo-se na grande mulher que foi, culta, abnegada e generosa, optimista e valente.
No filme é palpável a importância que jogaram  o amor e a ternura física nesse processo tão complicado de partir em mil pedaços o isolamento e a solidão brutais de um pessoa que não podia ver nem ouvir, impossibilitada portanto de estabelecer uma mínima relação com o mundo que a rodeava!
Será a força do carinho, da bondade e da inteligência, que triunfará uma vez  mais e conseguirá derrubar todas as barreiras.
Helen Keller escreveu vários livros, deixo algumas das suas sábias reflexões:

— É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma.
— Nenhum pessimista abriu jamais um novo céu para o espírito humano.
— Não renunciarei a fazer o que posso, só porque não possa fazer mais.
— Pior do que não ter vista é não ter visão.
— Tudo o que amamos nos pertence de certa maneira.
— As melhores coisas do mundo, há que senti-las com o coração.
— Deve tomar-se a vida como uma aventura ousada.

E quero recordar aqui também  outro grandíssimo exemplo de superação pessoal, a espanhola Irene Villa, que tem agora  uns esplêndidos trinta  anos:
                                           
                                                  
Aquele 17 de outubro, a todas as pessoas de bem que vivíamos em Espanha,  se nos encolheu a alma , porque vimos em directo pela televisão como uma bomba-lapa colocada num seiscentos tinha destroçadas no chão a uma mulher e a sua filha, uma linda criança de doze anos, que a mãe ia levar ao colégio, como todos os dias.
Sou muito consciente que há millhões de dramas e millões de heróis anónimos, que ninguém sabe do que é capaz até que a vida lhe põe à prova, que todos levamos dentro um herói ou um velhaco, que de repente  todos podemos tropeçar com uma situação de pesadelo e viver a nossa particular apocalipse.
Sei-o bem, sim, mas é que aquele horror  foi de todos nós, quem pôde conciliar o sono naquela noite, com uma criança no hospital a quem a maldade de um etarra tinha arrancado as duas pernas e três dedos da mão, e aquela senhora, aquela mãe, sem uma perna e um braço, que também nos deu uma lição de inteireza moral e amor à filha, que pôde com tudo?
A partir daquele dia aziago, a vida da Irene e da sua mãe, María Jesús Gonzalez, são um exemplo permanente de valentia e de espírito de superação: esta jovem não para, é licenciada em psicologia, militante activa de causas humanitárias, viaja, disfruta da vida, é desportista — até se atreve a esquiar! — e sempre com um sorriso nos lábios. Só ela saberá quantas vezes teve que descer aos infernos e voltar a subir , isso sim: cada vez mais forte e triunfadora sobre a adversidade, que não conseguiu abatê-la.
Está a demonstrar-nos todos os dias que há quem faça mais sem as pernas que outros, eu incluida, com todas as peças no seu sítio...
Bravo por Irene Villa, que ainda tem muitas lições para dar-nos ao largo da sua vida, que auguro longa e plena.
Como disse Gloria Solé, pode-se roubar quase tudo a uma pessoa, excepto a atitude que decide adoptar ante o destino.


6 comentarios:

  1. Impressionou-me a última história, não a conhecia... São esses os tais heróis, os que no dia a dia recusam ficar parados e lutam!
    Belo exemplo!
    o filme com a história de Helen Keller é lindo.
    É bom lembrar essas pessoas!
    beijinhos
    m.J

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  2. Nos momentos ingratos são um referente, para procurar estar aqui com um pouco de dignidade.
    Que tal se vamos tomar um café as duas?
    ¡Venga!

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  3. Com muito gosto! Até já... Em Madrid ou cá?
    bjsssss

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  4. Aqui é meia-noite, uma hora estupenda para tomar o fresco. Achas bem no Estoril,à beira-mar?
    Já montei na minha escova, até já!!

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  5. Foi bem agradável o café no Estoril! E hoje dizem que vai ser a noite das estrelas cadentes,,,
    Vamos ver?
    Bjs

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  6. Que inveja tenho desse café partilhado por duas senhoras maravilhosas!
    Também quero ir!!

    Maria, este post é lindo.
    Não me lembro se ouvi esta história da Irene Villa, mas conheço outras, que até circulam pela internet, que são exemplos, que nos fazem pensar como é que nós às vezes ainda temos coragem de reclamar da vida.
    Tenho a história da Hellen Keller, o livro.
    Um abraço grande.

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