óleo sobre lienzo de Tiziano |
Cuando le dijeron que se había marchado, supo que aún la quería, le vino por momentos un frío desconsuelo mientras recordaba esa sonrisa tan blanca, ese brillo tan verde de sus ojos o la exuberancia de esa melena tan rubia: era encantadora, simpática, alegre, espléndida, glamurosa. Aterrizó en su vida, que estaba un poco desangelada, en una lejana tarde de invierno. No hablaba español pero lo aprendía todo muy aprisa, con un entusiasmo contagioso; tenía armas suficientes para "llegar y besar el santo" si de verdad supiese lo que quería. Estuvo de amores con un don Juan local interesante, entrado en años pero con el sex appeal intacto, culto, ex-rico y de buena familia que se volvió loco con su atractivo, pero que terminó por dejarla, como todos, sin que por eso se le borrase la sonrisa tan blanca ni el brillo tan verde de sus ojos — renacía de cada fracaso tal ave Fénix, más incoherente si cabe, como si en lugar de aprender desaprendiese.
Le aportó a María lo suficiente para que esta pagase gustosa el tributo de una relación tóxica en que solo existía la otra, solo importaba la otra, solo la otra lo sabía todo. Era consciente de sus fallos, de sus delirios, de sus contradicciones, del contraste entre su vida imaginaria y la real, pero aún así y reconociendo casi desde el primer día que Giovanna La Bella no era su amiga ni de nadie, aceptó complacida el papel de gilipollas a cambio de no perderla.
Fue así como aprendió a no embarcarse nunca más en nada parecido, se quedó muy harta de narcisismos y de gente que no tenga para ofrecer más que su inmenso ego.
..."y en el hermoso cielo de verano,
sobre nosotros, contemplé una nube.
Era una nube altísima, muy blanca.
Cuando volví a mirarla, ya no estaba."
Bertold Brecht
obra de Federico Andreotti |
Me quedo con: " nunca volvería a dejarme seducir por alguien que no tenga nada para ofrecer aparte de su propio ego."
ResponderEliminarJulgo que entendi tudo bem, porque há palavras que me parecem importantes e não sei o seu significado. Mas resumindo julgo que falas de uma amiga ingrata. Espero que a história não tenha sido verdadeira. Eu acho que não é fácil amar, seja um amor, seja uma amizade...e principalmente se damos muito temos também a têndencia de exigir muito.
ResponderEliminarEssa tua amiga (verdadeira ou não?) não sabe dar valor a alguém que gostava verdadeiramente dela. Talvez ela nunca tenha sido verdadeiramente amada e não aprendeu a amar.
Estou a alongar-me.
Espero que a nossa amizade seja forte e espero nunca te desiludir.
Um beijinho grande e bom domingo
(Ontem fui ver um espectáculo musical.Gostei)
"Talvez ela nunca tenha sido verdadeiramente amada e não aprendeu a amar". Vou pensar nisso!
EliminarTu nunca me vais desiludir, Chabela, nem a mim nem a ninguém, porque respiras sinceridade, nunca dirás o que não sentes.
Conta-nos o que viste e ouviste.Um beijão
Foi com aquele guitarrista que já coloquei no blogue, o Norberto Lobo. Gostei muito. E também com um grupo chamado O Homem da Carabina, de que também gostei e ainda dum jovem chamado Samuel Velho, desse não gostei muito.
EliminarBeijinhos. És uma amiga muito querida.
Vim ler-te só hoje. Desculpa, minha querida. Altos e baixos, mas não no que escreveste que é um retrato muito bom de uma pessoa estranha, bela com certeza, segura dessa beleza mas incapaz de se preocupar mais do que um "poquito" com os outros. Gostava de ser amada só? Nem sempre é só assim. Mas gostava de atrair, de prender e se sentar num seu pedestal? Vinha cá abaixo quando "precisava" um "poquito" dos tais outros? Para serem o espelho em que se mirava? Tão difícil de dizer.
ResponderEliminarNarcisista com certeza, e perversa? Há sempre uma forma de perversidade em usar os outros e os sentimentos deles para "nós" brilharmos...Mas talvez fosse apenas fraca, julgando-se tão forte e segura de si.
Custa a sair dessas relações sem se deixar um pouco de sangue e de amargura.
As desilusões custam muito! O belo da vida é iludirmo-nos outra vez! E muitas vezes com essa mesma pessoa...
Já vi que tens uma amiga à altura, a Isabel, que é boa como o pão!! E eu estou aqui para ser apenas a pessoa que gosta de ti e te quer ouvir e ler. A tua amiga! Porque tu és uma pessoa muito importante para mim!
UM beijo grande, tão grande como foi a tua tristeza!
Alegro-me que tenhas entendido, como sempre, parece como se te tivesse passado algo parecido. Eu tenho boas amigas desde que me conheço, nunca nenhuma me "saiu" assim, só que andei de cá para lá, e a algumas, à parte de não tê-las nunca ao lado, que também é importante, cheguei a perder-lhes a pista para sempre ( me meti em Facebook com a esperança de encontrá-las).
ResponderEliminarO belo da vida é saber quem és e perdoar, claro; se ela reconhecesse o seu erro e quisesse tomar um café de vez em quando, não havia nenhum problema, mas a minha atitude interior nunca mais seria a mesma, isso sim que não! Eu não sou Teresa de Calcuta...
Não se pode chamar desilusão porque eu a conhecia bem, estas pessoas costumam ser assim com toda a gente, (até com os próprios filhos). No fundo não são nunca felizes nem fazem felizes a ninguém.
Tenho que escrever um artigo sobre os meus próprios defeitos, seria um óptimo exercício de humildade, no caso improvável de ser capaz de reconhecê-los todos...
Um beijo grande também ( não podes imaginar o que me custou esquecê-la, foi outra experiência em si mesma!)
Sí, todos alguna vez en la vida hemos subido a alguien a un pedestal, pedestal que ha terminado por desplomarse y a veces hundiéndonos y aplastándonos en la caida. Tal vez sea más positivo para todos no subir a nadie a ningún pedestal, porque al fin y al cabo ninguna persona es absolutamente perfecta...
ResponderEliminarMuy interesante pensamiento, ánimo y a seguir escribiendo amiga. Carmen Garrife.
Gracias por venir, María. La cosa es que yo no la tenía en ningún pedestal, al revés, la conocía muy bien y la quería tal como era, lo que me parece un sentimiento maravilloso. Era ella que no me quería, c´est tout...
ResponderEliminarBesos ¿hasta luego?
Gosto muito de Tiziano, ve-se a Madonna Gitana, maravilhosa, como essa tela.
ResponderEliminar..."y en el hermoso cielo de verano,
sobre nosotros, contemplé una nube.
Era una nube altísima, muy blanca.
Cuando volví a mirarla, ya no estaba."
Bertold Brecht
que as nuvens possam passar como os versos, rápidos.
bjs nossos